História do Adorno

"Uma peça de adorno é muito mais do que algo que embeleza a pessoa que o usa. Para quem conhece a história da joalharia, um adorno tem um significado especial. Claro que actualmente o uso de jóias e de peças de bijuteria está generalizado. Qualquer senhora tem peças que usa, mais ou menos frequentemente, de acordo com o seu gosto pessoal e possibilidades financeiras.
Desde há muitos séculos que os adornos são utilizados. É possível encontrar adornos criados há cerca de 40 000 anos atrás. Nesta altura eram peças feitas por materiais tais como dentes de animais, ossos e pedras, unidas rudemente por fios. Só mais tarde, há cerca de 7000 anos atrás é que surgiram as primeiras peças em cobre.
Claro que se poderia fazer uma enorme descrição de todos os povos e tipos de joalharia utilizados por estes. No entanto gostaria apenas de mencionar que as peças utilizadas, como colares, anéis, brincos, pulseiras e peças para prender o vestuário, não eram apenas adornos. Na maioria das vezes eram utilizados como talismãs protectores ou peças que davam ao seu utilizador “poderes especiais” e que apenas podiam ser utilizadas por determinadas pessoas. Também eram um símbolo da classe social e por isso limitadas a essas pessoas. Ainda hoje se pode encontrar a utilização de determinado talismã nas crianças para as proteger ou o uso de um amuleto para ter sorte no dinheiro e um “empurrãozinho” nos amores. Mesmo apesar de este uso estar quase esquecido, porque como diz muita gente “eu não acredito nessas coisas”, a verdade é que ainda andam à solta nos pescoços e pulsos de muitas pessoas, trevos de quatro folhas, estrelas, corações, ou uma pedra que protege contra algo.
Os materiais utilizados foram variando de acordo com a disponibilidade dos materiais e também com a evolução de técnicas para fabricar estas peças. São utilizados uma grande variedade de metais, tais como o ouro, prata, cobre e outros menos nobres. E não nos podemos esquecer das pérolas e pedras preciosas e semi-preciosas.
O vidro colorido começou a ser utilizado pelos Egípcios, visto que na sua simbologia religiosa havia cores que eram utilizadas que não se podia encontrar nas pedras preciosas que eles tinham disponíveis. Muita da joalharia tinha elementos religiosos.
Este uso manteve-se ao longo dos tempos. Era utilizada principalmente por elementos de classes sociais e económicas elevadas e era uma forma de mostrar o nível social assim como forma de adorno para as mulheres de classes sociais elevadas. No entanto a história veio generalizar o uso de peças de adorno. Com a Revolução Industrial surgiu uma nova classe. Apesar de todas as dificuldades e contratempos que surgiram nesta época, também surgiu uma nova classe social intermédia que tinha possibilidades financeiras de adquirir peças que antes estavam apenas destinadas às famílias mais abastadas e reconhecidas da sociedade. Esta classe de novos-ricos faz aumentar a exigência no mercado por estas peças, surgindo também verdadeiros artistas e novas tendências. Começou aqui a busca por novos materiais, mais baratos, de forma a aumentar as vendas nesta área. Aparecem novos desenhos, mantendo-se no entanto a tradição com o fabrico de peças com metais e pedras preciosas, como distintas das “peças menos nobres”. Começam a ser criadas peças com desenhos intrincados e linhas sinuosas, características do estilo Art Noveau. No período pós Primeira Grande Guerra, este estilo foi substituído por um estilo mais sóbrio, havendo a introdução de novos materiais e técnicas. Mas apesar de já se começar a ver uma grande variedade de desenhos e materiais, só se pode considerar que entramos na joalharia moderna após a Segunda Grande Guerra. Aqui, com novos materiais e novas técnicas, surgem os mais variados desenhos e cores e a joalharia passa a ser verdadeiramente uma arte." - Fonte sobre.com.pt